sábado, 30 de junho de 2012

Festa Junina

E na festa junina da escolinha hippie que mamãe e papai escolheram para você  o tema foi uma homenagem à “mãe terra'”. 

E como você entrou apenas cinco dias antes da festa, não deu para ensaiar as músicas com a turminha, mas foi a tempo de participarmos de uma festinha deliciosa nessa manhã de sábado.

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E a Isabela, sua amiga do prédio,  e a sua priminha Bia estavam lá…

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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Sobre a escola, a coruja e o amor

Filhotinho querido,

Temos a sorte de morar em um bairro rodeado de boas escolas e, mesmo assim, não  foi tão fácil escolher a sua.

Depois de pesquisar, visitei apenas três. Cheguei a fazer reserva em uma delas, mas acabamos optando pelo Centro Lúdico de Integração e Cultura que, como a outra, é tão perto que dá para ir a pé. 

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 No final, o que fez a diferença foi o fato de o CLIC se parecer com  uma casa de vó,  repleta de árvores, com um enorme chão de terra para a meninada brincar e  uma horta com couve, taioba e outras hortaliças plantadas pelas próprias crianças.

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 Gostei também da idéia de não ser uma escola muito grande e da orientação por uma alimentação mais natural, da preocupação com o meio ambiente, com o consumismo exagerado, além de ter aula de música, yoga, massagem, uma sala com várias fantasias e a roda no início de cada turno para a molecada decicidir as atividades do dia.

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Nesses primeiros dias  de sua adaptação, lembrei-me de um texto do Rubem Alves  e, ao relê-lo, me veio à mente a coruja da pousada de Mário Campos onde estive novamente por quatro dias na semana passada e a encontrei, mas em uma situação MUITO diferente da anterior.

Foi assim: voltando da caminhada matinal até uma cachoeira, quando estava indo tomar aquele delicioso café da manhã, sua Dinda Marina me chamou para que eu visse a linda coruja nas mãos de um dos funcionários do lugar.

Com a melhor das intenções ele foi ao ninho  dela – que estava chocando, diga-se de passagem – e a retirou de lá  para que nós, visitantes, pudessemos vê-la de perto.

Fiquei muito incomodada em ver o símbolo que elegi como a minha potencialidade de amar assustada e presa nas mãos de uma pessoa. Mais tarde tive notícia de que quando ela tentou voltar para o ninho, cega com a luz do dia e amedrontada, bateu três vezes com a cabeça no vidro de uma janela. E isso cortou meu coração.

E dessa estória fiquei com a seguinte lição, meu filhote:  corujas, passarinhos e pessoas são feitos para voar.

Esse é seu direito inato. E como diz o filósofo: a essência dos pássaros é o vôo. O vôo já nasce dentro dos pássaros e não pode ser ensinado, pode apenas ser encorajado.

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 Escolas são feitas para ensinar as crianças a serem livres, criativas, questionadoras, independentes, intuitivas e acredito que elas também tem seu papel no aprendizado de amar.

Espero que a escolha tenha sido acertada, querido. E finalizo essa mensagem citando Rubem Alves:

“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar.
Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A escola

Uma das suas músicas favoritas é do Arnaldo Antunes e começa assim:

Quando chego na escola é a melhor hora da vida porque posso jogar bola na entrada ou na saída, no recreio também rola e é mais legal ainda, fica todo mundo olhando e vibrando com a partida….”.

De fato, a música Futezinho na Escola é fantástica, mas nossa realidade é beeeeem diferente.

Primeiro  porque você (ainda?) não gosta de jogar bola. Segundo,  porque ir para a escola, definitivamente, não é a melhor hora da vida (nem minha e nem sua).

Um mês depois de comemorarmos o seu aniversário de dois anos, você começou a frequentar a escola.

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 Nos primeiros dias fingi para mim mesma que estava tranquila e fiquei repetindo para todo mundo que você já estava pronto  e preparado para dar esse passo. Racionalizava que há muito você já convive com as crianças do prédio, que já sabe cantar quase todas as músicas de roda e adora ficar ao ar livre.

Mas como diz o nome do blog,  em um momento é preciso voar, não é meu passarinho?

E a mamãe acabou de te deixar lá, soooozinho, pela primeira vez… Iludida tinha até levado umas coisas para ler, acreditando que nesse quarto dia de adaptação eu ficaria esperando na secretaria….  Rá rá

Como você reagiu de forma muito tranquila nos três primeiros dias, e também porque moramos pertinho da escola, a diretora sugeriu que eu voltasse para casa. E  aqui estou eu, olhando para o celular que não toca, enquanto escrevo essas palavras para você.

Hoje é seu quarto dia de “aula”. No primeiro, ficamos juntos no terreiro da casa. Como eu não queria ficar muito perto de você, despistadamente, ia para longe e ficava te fotografando brincando com as professoras e com a turminha de babões.

De tempos em tempos você vinha para perto de mim e então  brincávamos de algo, cantávamos, procurávamos os micos que por lá passeiam, e me afastava novamente.

Após o lanche, e depois de dois (!) iogurtes com bastante açucar e corantes fomos embora já que a ideia é que, nesses primeiros dias, você volte feliz da vida para casa.

No segundo dia, apesar de estar de férias, mamãe teve que ir trabalhar, e você foi com a Susu. Recebi um bilhetinho contando que você se comportou muito bem e que tocou pandeiro e tambor com a meninada! A Sueli nos contou que o lanche foi bolo, limonada e melão e que você repetiu DUAS vezes a sua fruta favorita ainda bem que as refeições da escola não são por quilo.

No terceiro dia, depois do almoço na casa do vovó Maurício com direito a piano e violino, é claro, você foi com a Tia Sílvia para o CLIC. Recebi novo bilhete dizendo que você é um doce e que, mais uma vez, se comportou muito bem.

Hoje é o quarto dia e aqui estou eu, olhando para o celular que não toca!

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E o telefone tocou… meu coração disparou… Era a Carol para dar notícias de que estava tudo bem, mas que seria bom que eu o buscasse por volta de 16:15.

Tô indo, tiau!