Antes de ontem, como de costume, por volta de 6:30 da manhã você acordou devagarinho.
Aos poucos ouvi pela babá eletrônica seus primeiros sons de preguiça e, antes que você começasse a chamar pela mamãe ou pelo papai, afoita, com saudade do seu corpo, do seu cheiro, sentindo falta do seu calor nos meus braços, corri ao seu encontro.
Com suavidade, respeitando o seu ritmo lento ao acordar, retirei-o delicadamente do berço e, com você nos meus braços, sentei-me na cadeira do quarto ainda escuro.
Aninhado em meu peito, puxando meu pescoço e, de vez em quando, levantando a cabeça para me olhar e sorrir por de trás do bico, você disse a primeira frase do dia:
"vovô toca pião (piano), vovô toca vilolão, vovô toca vilolino."
E ponto.
Nosso dia começou.