sábado, 24 de abril de 2010

Sem pressa alguma

DSC_5409 Algumas pessoas me perguntam se estou começando a ficar ansiosa para ver o seu rostinho, te pegar nos braços e sentir o seu cheirinho…

Com 36 semanas completas, ou seja, começando o nono mês de gestação, não tenho pressa.

Gosto de te sentir aqui dentro, de saber que você está crescendo em um lugar seguro e se fortalecendo para enfrentar esse mundão.

Enquanto isso, eu e papai estamos nos preparando como podemos para te receber da melhor forma.

Acho que sentirei falta dos seus movimentos, da sensação única de te ter assim tão pertinho….

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Duas almas em uma

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Desde o início da gravidez estamos experimentado emoções novas e de uma intensidade até então desconhecida.

A medida que a barriga vai crescendo, sentimos melhor os seus movimentos, seus soluços, esticadas e a forma gentil e gostosa do seu ritmo que, aos poucos, vai mudando nossas vidas.

Um dos nossos programas favoritos nos finais de semana é ficar em casa e assitir filmes, geralmente Europeus e de forte conteúdo psicológico, para podermos filosofar e devanear sobre a vida e sobre o ser humano.

Ultimamente, em nossas sessões de cinema em casa, a mão do papai fica na minha barriga para ele te sentir também.

O incrível é que, apesar de barrigudinha, não me lembro de ter me sentido tão leve, tão conectada comigo mesma, tão feliz e preparada para os desafios que a vida nos trouxer.

Sinto-me centrada e preparada para o que der e vier e, o melhor, é que a medida que a gravidez avança essa sensação torna-se mais forte fazendo com que eu me sinta mais humana, mais sensível, mais tolerante e aberta para a vida e suas surpresas.

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É como o papai disse no post intitulado 'A grande hora se aproxima’ (aqui):

“Já somos pessoas diferentes, mesmo antes de você chegar. (…)

Nós, mamãe e eu, precisamos de você!

Saiba que nosso papel nesse nosso mundinho já mudou!”

sábado, 17 de abril de 2010

Uma música para você

Luca

Compositor: Herbert Vianna

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"Abre os olhos pra ver o mundo
Tudo é novo para os teus olhos novos
Dá pra cada coisa um nome
Um nome novo e um sentido teu próprio
Eu te abro as cortinas da manhã
Eu te levo pros braços da tua mãe, cedo
Por um instante eu esqueço do que sou
Por um instante eu não lembro de ter medo
Fala as tuas palavras de vogais
E sorri quando já está dormindo
Filho, pai, mãe, orvalho da manhã
Tudo é novo para os meus olhos velhos
Eu te abro as cortinas da manhã
Eu te levo pros braços da tua mãe, cedo
Por um instante eu esqueço do que sou
Por um instante eu não lembro de ter medo
Abre os olhos pra ver o mundo
Tudo é novo para os teus olhos novos
Filho, pai, mãe, orvalho da manhã
Tudo é novo para os meus olhos velhos."

Para ouvir, segue um vídeo disponível no youtube de um bebezinho chamado Lucca.

 

Da Chapada Diamantina fomos parar no Torres Del Paine

Cerro Torre-2 No post intitulado “Por que Given to fly 2”, de 04 de abril de 2010 (aqui), o papai mencionou que sua paixão atual não é mais andar de moto, mas sim praticar trekking.

Ele menciona dois dos mais marcantes trekkings que fizemos juntos: o Parque Torres Del Paine, na Patagônia Chilena, e a travessia Petrópolis Teresopolis. Vou te contar como essa estória começou.

A vovó Marilia, sempre foi muito ligada à natureza. Tendo passado a infância em uma fazenda em Diamantina, ia a cavalo para a escola e gastava o resto do tempo descobrindo ninhos de passarinhos, cuidando das galinhas e brincando no mato e no rio.

Por sua vez, até eu me casar com seu pai, nunca tinha morado em um apartamento. Passei a infância morando numa casa em Belo Horizonte, na Avenida Getúlio Vargas, onde tinham pitangueiras, manacás, pés de louro, passarinhos, cachorros, gatos e até patos.

Vovô Maurício, com a rigidez de quem foi educado à moda holandesa, nos proibia de assistir televisão durante a semana. Então passávamos a maior parte do tempo brincando nesse grande quintal.

Depois, mudamos para a casa da rua da Bahia, com um quintal menor, mas que ainda assim tinha uma jabuticabeira, um pinheiro e um telhado para onde, de vez em quando, eu gostava de fugir quando queria ficar só.

Sempre que podíamos, passávamos os fins de semana na Chacará de Caeté, um local que para mim parecia uma floresta infinita, cheia de calangos, bichos exóticos e muito mistério.

Quando fiz treze anos, começei a frequentar com a Anna Cristina um grupo de escoteiros. Para mim foi ótimo pois o vovô Maurício não nos deixava dormir na casa de amigas e muito menos viajar, mas com o pessoal do escotismo, eu podia até acampar!!!! Naquela época, começaram duas das minhas maiores paixões que permanecem até hoje: viajar e acampar.

Tudo bem que atualmente não sou tão fã de acampar, mas se eu estiver em uma trilha, em um lugar virgem e intocado, em um trekking com um cenário bonito, abro mão da eletricidade, da água quente e do conforto que a vida moderna nos proporiona para experimentar, mais uma vez, um contato mais próximo com a natureza.

Enquanto escoteira pude viajar de forma barata por Minas e pelo Brasil conhecendo lugares e pessoas incríveis. Para mim o escotismo significava liberdade, que é uma das coisa que mais prezo e preciso.

Quando conheci seu pai e começamos a namorar, eu era uma estudande do primeiro ano do segundo grau e não tinha dinheiro para viajar. Nem por isso deixava de fazer minhas malinhas, ou melhor, minha mochila, sempre que isso era possível. E, acampando, isso quase sempre era possível.

Naquela época, o papai Osmar já trabalhava, tinha carro, gostava de conforto, cama macia, água quente e cerveja gelada. Achava a idéia de acampar muito estranha, até que em 2004 fomos conhecer a Chapada Diamantina e percorremos em 3 dias os 37 km da trilha da Cachoeira da Fumaça por baixo e, em seguida, em quatro dias, os 54 km do Vale do Pati. Dois cenários deslumbrantes.

Mirante do Quebra BundaPronto! Depois disso, ele não conseguiu parar. Hoje, inclusive, é muito mais empolgado com aventuras desse tipo do que eu. E foi na Chapada Diamantina que ouvimos, pela primeira vez, falar do Parque Torres Del Paine.

Seu pai voltou dessa viagem com a idéia fixa de percorrermos, em dez dias, sozinhos, os 125km do circuito mais longo daquele parque intocado e maravilhoso.

Ainda em 2004 pesquisou, juntou mapas, reportagens e providenciou todo o equipamento necessário para essa grande aventura. Fitz Roy

Em janeiro de 2005 partimos com nossas mochilas e barraca nas costas para a Patagônia, rumo a um dos lugares mais impactante, inóspito, remoto, belo e forte que já conhecemos.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A grande hora se aproxima

DSC_5405 Pois é, o grande momento está chegando.

Sinto que já nos conhecemos.... não fomos formalmente apresentados, mas nossas mãos já estiveram a centímetros uma da outra. Seu pé, então, já reconheço o formato! 

Sinto, em alguns momentos, uma ansiedade pela sua chegada que não tem a ver com receios, não os tenho.

Quero que você chegue logo para te tocar, olhar em seus olhos e trocar sensações com você. E, também, te ensinar. O que? A arrotar, a confiar no papai, a dormir na hora certa, a caminhar, andar de bicicleta, estudar, escolher uma profissão, ufa.....


Mas tudo tem seu momento. À medida que as semanas vão passando, e que as 38 semanas vão se tornando cada vez mais algo parecido com "amanhã cedo", vai se dando em nós a transformação, algo parecido com o que está ocorrendo com você aí dentro, "no canudinho", não é, mamãe?


A diferença é que, no seu caso, a transformação é puramente física: pulmões, rins e demais órgãos e sistemas se fortalecem para a grande viagem.


Aqui fora, apenas sua mãe está se transformando fisicamente, já que o barrigão parece não ter limites. Se bem que o meu anda me assustando também.
Nossa maior transformação, no fundo, tem a ver com uma perspectiva existencial. Lembro-me das palavras do Marcelo Bronzo: "Osmar, a sua razão de ser mudará, suas prioridades serão outras".

Pois é, a paternidade que se avizinha é uma palavra enorme, vai muito além de preparativos e medidas práticas. Já somos pessoas diferentes, mesmo antes de você chegar.

Há poucos dias, confidenciei à sua mãe e à tia Marina que notei que hoje dirijo mais devagar nas estradas, é isso é bom, muito bom! Me sinto bem assim!


Estava caminhando no final da tarde de hoje (uma sexta-feira com um pôr-do-sol maravilhoso no Anel da Serra, o frio já chegando) e pensando: será que terei tempo para estudar com você? Até que idade você estará interessado nesse tipo de cumplicidade? Será que eu não farei papel de tolo, tentando valorizar o meu papel de "senior" (êta, pareço o vovô Maurício falando) ao te explicar algo que não faz o menor sentido para a sua geração? Até que ponto seus gostos e desejos serão influenciados pelos nossos?


Pois é, André, em meio a decisões do tipo "qual adaptação farei na torneira da pia do banheiro para encher sua banheira de água morna", "será que o berço desmontável que ganhamos da Tia Márcia precisa ser esterilizado junto com o carrinho" ou "cadê esse papel de parede que não chega", no fundo, a ansiedade da sua chegada tem a ver também com as nossas projeções sobre como será "viver com e para você".

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Esse espaço, que nós chamamos de Given to Fly, será um ótimo "fórum de discussão" sobre essas e outras questões.


Seja muito, mas muito bem vindo!

Nós, mamãe e eu, precisamos de você! Saiba que nosso papel nesse nosso mundinho já mudou!

domingo, 11 de abril de 2010

Making off - Sete meses e meio de gestação

Fomos convidados a ir ao stúdio do Tio Elias, seu padrinho, para tirar umas fotos e registrar esse momento tão gostoso de nossas vidas.

O Elias, que tem agenda sempre lotada, é um super profissional que indicamos de olhos fechados, pois além da qualidade do seu trabalho, conhecemos seu olhar artístico, sua sensibilidade, o seu bom gosto.

Tia Tereza, sua madrinha de consgração, levou balões, maquilagem, tecidos e milhões de idéias. Como making off dessa deliciosa tarde de domingo, seguem algumas fotos que não foram editadas e nem tratadas. Na verdade foram escolhidas das amostras apenas para demonstrar como nos divertimos.

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