segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Pula pula

Desde que você nasceu, venho renascendo um pouco a cada dia. Devagarzinho vou aprendendo com você a resgatar e acolher a criança assustada e tímida que um dia fui.

E hoje essa criança se sentiu segura para pular bem alto e de braços abertos.

Foi assim: desci às seis horas para a sala de ginástica. Ainda estava escuro por causa do horário de verão.

Enquanto caminhava na esteira, o céu foi se fazendo rosado e os passarinhos ficaram mais animados.

8 meses (5)Fiz meus alongamentos e tomei coragem para tirar o tênis e pular no pula pula que estava esquecido na área de lazer do prédio, resto de alguma festa do fim de semana.

A sensação foi tão gostosa que antes de subir para tomar banho e te amamentar, tirei o tênis novamente e pulei mais.e mais.

Que delícia voar alto sabendo que temos aonde cair…

Maravilhoso poder sentir novamente as sensações puras, inusitadas e intensas que geralmente só as crianças se permitem experimentar.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Let it be

8 meses editada O comentário da sua madrinha no post anterior fez com que eu tivesse vontade de dividir um pensamento com você.

Sua Dinda nos contou que também se transformou no ano em que você nasceu, mas que isso se deu através da dor.

Nesse espaço, meu filho, venho escrevendo muito sobre o momento especial que estou – que estamos - vivendo e sobre a alegria de ter você em nossas vidas.

Tento registrar o meu encantamento com seu jeito doce e sereno e toda a felicidade que, de repente, tomou conta de tudo.

8 meses banho de sol na piscina (5) Sem qualquer exagero eu digo que estou vivendo os dias mais felizes de toda minha existência até então, mas gostaria de te contar que a vida nem sempre é tão linda, tão leve e tão alegre.

Queria que você soubesse que a mamãe é uma menina que ainda chora à toa e que, aos poucos, está se tornando uma mulher que aprende a rir de si mesma, que aceita sentir medo, raiva, impaciência e mau humor.

André, conheço tanta gente grande que não sabe o que sente, que não se percebe. Conheço tantos fugitivos de si mesmos e da vida e acho isso tão triste....

P1090323 A vida, filho, está aí para ser vivida em sua plenitude e, para isso, devemos ter a coragem de viver tudo de bom e de ruim que ela nos traz.

Esse talvez seja o maior aprendizado de todos: ser feliz quando se tem motivo para tanto e se permitir abraçar a própria dor quando ela vier.

E ela costuma vir com alguma frequência, mas não tem problema. Faz parte. Let it be.

Viver é bom demais e existe tanta beleza por aí. Não me canso de me surpreender com a vida.

Quase 8 meses no chiqueirinho (7)

sábado, 22 de janeiro de 2011

Angel card

Há mais de dez anos, no início de janeiro, temos por tradição uma reunião na casa da vovó Marília para, em uma roda, compartilhar nossos sentimentos e impressões pessoais sobre o que significou o ano que terminou.

Em seguida tiramos o “angel card” que são cartõezinhos com palavras que nos acompanharão no ano que se inicia.

P1090389A idéia é que cada um interprete e observe sua própria palavra no decorrer dos próximos 365 dias.

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Em 2010 a palavra da mamãe foi fé. Recebi essa palavra, não no sentido de crer em uma doutrina ou religião, mas no seu sentido mais amplo, ou seja, no sentido de acreditar em mim mesma, acreditar na generosidade da vida, das pessoas, do que virá e também no sentido de  “Let it be”.

No fim da tarde, depois de compartilhamos nossas vidas, um casal de tucanos veio nos visitar. Papai tirou essa foto e o VVB colocou o binóculo para que pudéssemos observá-los mais detalhadamente e também para visualizarmos os detalhes da Lua que estava nascendo. Lindo lindo!P1090427Esse ano, a palavra da mamãe foi transformação. Nada mais apropriado. Com o seu nascimento surgiu em mim um olhar diferente para a vida. Você trouxe delicadeza e um sentimento de completude que não sei explicar.

O seu encantamento ao ir descobrindo o mundo permite com que eu veja tudo com um olhar mais fresco e desarmado. O pacote de pão vira um instrumento em nossas mãos, a garrafa de água, com sua transparência e movimento, a espuma e o barulho das máquinas de lavar louça e roupa, a cortina e palmeiras balançando ao vento, tudo isso vira poesia e música aos nossos olhos e ouvidos sedentos de significados.

Além disso, percebo-me mais emotiva e sensível. Sinto novamente aquele alívio que só havia sentido quando conheci o seu pai. Falo de um alívio que vem quando encontramos nosso grande amor.

Quando isso acontece, filho, vem uma sensação de conforto, um sentimendo de que tudo está no seu devido lugar e o sentimento de que a vida faz algum sentido.

E não poderia ser diferente. Sortuda que sou, encontrei o meu amor e, fruto desse amor, floresceu você.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Então é verdade

Lembro-me do sentimento de completude e de paz que senti durante os nove meses em que você esteve aconchegado em minha barriga.

Vivemos também alguns momentos de medo e incerteza causados, principalmente, pela toxoplasmose. Estávamos conscientes dos riscos, mas os sentimentos que predominaram naqueles 9 meses mágicos foram de serenidade, otimismo e alegria, mesmo diante de algumas divergências entre as opiniões dos médicos.

Amparada pelos braços e pelo amor do seu pai, senti-me corajosa para enfrentar o que viesse.

Durante toda a gravidez tomei antibiótico para evitar a contaminação da placenta e, logo que você nasceu, foram prescritos para você  quatro antibióticos de uso contínuo.

Nos seus primeiros seis meses de vida  você tomava, diariamente,  seis remédios e foi  acompanhado por uma infectologista e um nefrologista. 

8 meses em pé no cerdadinho (9)Até que, em dezembro do ano passado, apesar da divergência médica persistir, você foi liberado de dois dos antibióticos. Hoje tudo caminha  muito bem.

Lembro-me de que, pouco depois que você nasceu, eu andava pela casa e, de vez em quando, assustava-me ao te ver no berço dormindo. Vinha uma sensação de surpresa, de felicidade, e eu pensava estupefata: “então é verdade, temos um filho”.

Essa semana, ao te ver com mais de nove quilos,  dois dentinhos, se equilibrando em pé no cercadinho,  assustei-me novamente: Como pode? 8 meses em pé no cerdadinho (8)

Outro dia eu e seu pai esperávamos o seu nascimento. Agora você espera a mamãe chegar do trabalho e, de manhã, a mamãe espera você acordar. O seu despertar é doce. Todos os dias, por volta de 7 horas, você começa a conversar baixinho até que vou lá te buscar para brincarmos um pouco e, em seguida, você mamar.

Esses momentos são de uma delicadeza indizível. Você mama me olhando e me apertando, estica os braços para alcançar o meu rosto, olha nos meus olhos, pega no meu queixo e continua mamando com a mão na minha bochecha.

sábado, 15 de janeiro de 2011

E quando eu voltei a trabalhar…

Quando voltei a trabalhar seu pai entrou de férias e, com isso, meu retorno foi muito mais fácil do que eu havia imaginado.

Ele troca suas fraldas, dá banho, dá a frutinha da manhã, te coloca para dormir e, nos fins de semana, me ajuda a fazer sua papinha.

Filho, você tem um Paizão!

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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Privilégio

P1110472 Meu pequeno, hoje você completa 8 meses e eu não paro de pensar no quanto a vida tem sido generosa conosco.

Tenho plena consciência - e gratidão - pelo fato de ter usufruído seis meses de licença  maternidade e, assim, ter podido me dedicar integralmente a você.

E mesmo depois que voltei a trabalhar, está dando para adequar o horário do almoço para coincidir com a madada da tarde.

Além disso, continuo podendo te dar o banho de sol antes de sair de manhã e, em alguns dias, até  consigo chegar a tempo de te dar a papinha da noite.

É muito privilégio…

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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Cama desarrumada

Quase 8 meses na cama (4)Ontem na TV da sala de ginástica do prédio estavam ensinando como arrumar a cama. Duas vizinhas começaram a falar sobre técnicas de dobrar lençol e, com isso, eu lembrei-me de que pouco tempo depois de casada decidi parar de fazer a cama.

O papai seguiu fazendo nossa cama por um tempo, até que percebeu que só ele a fazia. Quando me indagou o porquê, eu disse que por mim ele não precisaria arrumá-la e que eu gostaria de ter a liberdade de não fazê-lo se eu não estivesse com vontade, ou seja, todos os dias. Desde então nossa cama passou a ficar mais desarrumada do que feita.

Quase 8 meses na cama (5)Olhando para trás percebo que, rebelde aos 26 anos, decidi não mais fazer a cama. Concluí que já havia esticado lençóis todos os dias de minha vida até então e que, agora,  morando na minha própria casa, se eu não quisesse não precisaria mais seguir essa rotina.

A partir daí,  nossa cama só era feita no dia da diarista. Eu e seu pai passamos a “pedalar” todas as noites para esticar o lençol.

Atualmente a Sueli  a arruma quando quer. O mais engraçado é que ela também não faz a cama todos os dias e nós não ligamos nem um pouco dela continuar desarrumada.

Quase 8 meses na cama (1)

Hoje, enquanto eu caminhava na esteira ouvindo as dicas e ensinamentos das vizinhas, refleti sobre a minha decisão de não mais fazer a cama. Talvez, inconscientemente, essa opção represente mais um passo para a minha libertação de um passado de hierarquia, de tarefas a cumprir e de uma educação à moda holandesa para lá de  rígida.

Quase 8 meses na cama (2)

Lembro-me de que a sua tia Heidi embolava o lençol embaixo do edredom para enganar o vovô Louwerens e que, por muito tempo, isso passou despercebido, até que um dia ele descobriu a manobra.

Demorou algum tempo para eu descobrir que, na minha casa, se eu não quisesse, não precisaria mais fazer a cama. Ainda sigo muitas regras que  não são minhas, e continuo com a característica de ser uma pessoa bastante organizada. Nossa casa é quase toda impecável, mas a cama por fazer é uma zona de libertação, a minha faixa de gaza, um símbolo que representa e encerra algumas tendências inconscientes e padrões de comportamento impostos.

Quase 8 meses na cama (3) Não pense que com isso você estará liberado para não fazer sua cama ou para não organizar seu armário e quarto quando já for grande o suficiene para tanto.

Acredito que regras são bem vindas e moldam  a nossa personalidade, mas chega um momento em nossas vidas em que devemos olhar para dentro com o intuito de  descobrir as nossas próprias regras e valores, assumindo o leme e direção a seguir. E isso não é tão fácil quanto parece. Demanda muita observação, paciência, persistência.

O que te digo é que resultado vale a pena. Tudo o que nos torna mais conscientes de nós mesmos, mais centrados e atentos ao que está acontecendo em nosso interior vale muito a pena, meu filho.

Quero te ver independente, criando e descobrindo suas próprias regras, rejeitando e acatando as que eu colocarei em sua vida por amor, por proteção. Tudo no seu devido tempo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Vida saudável

7 meses banho de sol (1) Todos os dias, por volta de oito horas, eu e você descemos para área de lazer e, enquanto você curte o seu banhozinho de sol, mamãe faz  alongamentos e abdominais.

Em seguida, vamos juntos para sala de ginástica e, enquanto você fica no carrinho entretido com seus brinquedos, mamãe levanta pesos, faz ginástica localizada e caminha ou corre na esteira.7 meses banho de sol (6)De uns tempos para cá eu e seu pai mudamos alguns hábitos antigos e, seguindo o exemplo de seus avós,estamos buscando uma vida mais natureba e saudável.

7 meses banho de sol (2) Nossa alimentação mudou. Aumentamos a quantidade de frutas, legumes e folhas, reduzimos um pouco o açucar, as gorduras como frituras e manteiga, e trocamos o arroz branco e o bromatão – forma com o vovô Louwerens chama o paõzinho francês – pelos pães e arroz integral.

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Não podia ser diferente…. Vovó Lourdes, aos 83 anos, além de caminhar na Praça da Liberdade, faz yoga e hidroginástica.

Vovó Marília e VVB optaram por morar em uma chácara fora de Belo Horizonte e  caminham todos os dias pelo Condomínio Aldeia Cachoeira das Pedras.

Além disso, adoram fazer caminhadas mais longas explorando a Lunch Hill e demais montanhas, cachoeiras e rios das redondezas. Os dois não comem carne com muita frequência e produzem em casa o próprio iogurte e pão integral com vários grãos.

E  o Vovó Louwerens, apesar de ser MUITO guloso, sempre prega a importância de uma alimentação saudável e compensa os excessos  e frequentes escapulidas  fazendo musculação e dançando tango e várias outras danças de salão.

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Brincando no tapetinho

No dia em que estreiamos o tapetinho de borracha você, com quase sete meses, sentou-se pela primeira vez.

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Contrariando sugestões de amigos, demoramos muito a te colocar no chão sem o edredom e, logo na primeira oportunidade em um solo mais firme, você foi capaz de sentar-se sozinho. 

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E mais uma vez eu ri com o papai Osmar: “Esse menino sobrevive por milagre”.

7 meses  no tapetinho (13)

É isso aí filhote, apesar dos pais meio atrapalhados você tem feito tudo certinho. 7 meses  no tapetinho (4)7 meses  no tapetinho (3)7 meses  no tapetinho (2)