Sigo lendo meus diários e, finalmente, sou adolescente novamente. Ahhh que turbilhão de emoções… Quanta insegurança, medo e incertezas foram experimentados naquele período da minha vida.
Contardo Calligaris diz que entre a infância e a vida adulta existe um vácuo chamado adolescência. Ele vê a adolescência como uma moratória onde não somos reconhecidos como crianças, mas ainda não recebemos o devido reconhecimento como adultos.
E acho que é assim mesmo. Não tenho muita saudade da infância e da adolescência. Gosto da liberdade – e da auto responsabilidade – que a vida adulta nos impõe.
Somente quando adultos somos realmente livres para ser e escolher o que de fato queremos. E isso não é tão fácil como a princípio parece.
Hoje minha respiração é curta, meus batimentos são rápidos, sou alerta e atenta ao que acontece ao meu redor e também dentro de mim. As vezes não queria ser assim tão intensa, mas ao mesmo tempo não consigo – e talvez não queira - ser diferente.
O que me falta é a vírgula, é a pausa. Vivo com uma sensação de urgência, com uma crença de que a vida acabará logo alí e que ainda há tanto a ser feito…
Agarro-me à vida e tenho muita energia. Minha mente não pára. Vinte e quatro horas não me bastam.
Então, trapaceando o relógio, acordo no meio da noite para pensar, escrever, ler e divagar um pouco mais. Por enquanto, nesse exato momento, essa é a sua mãe meu pequeno.
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