sexta-feira, 2 de março de 2012

Realidade ou sonho?

Acabei de me lembrar de um post que escrevi mentalmente, durante as nossas férias na Bahia, quando ficamos uma semana interinha desplugados, longe do computador,  dos e-mails e do celular.

Foi mais ou menos assim: Na vila da Praia do Forte, que fica pertinho da pousada onde nos hospedamos, estava acontecendo um festival de Jazz e, no sábado, teve um show do Milton Nascimento.

Ao descobrir a programação do evento, de imediato,  tive a idéia de te levar para a muvuca e assistir o show descalça, com os pés na areia, o vento no rosto, você dormindo no meu colo ao barulho do mar  e da musicalidade mineira do Bituca. Nem preciso dizer que essa linda imagem onírica não se concretizou. 

Quando seu sono chegou, ficamos morrendo de dó de te expor àquele som alto do show de abertura, àquela ventania que estava mais para furacão do que para brisa do mar e voltamos para a pousada de onde, para nossa surpresa,  pudemos ouvir o show todinho deitados na rede da varanda do quarto, sentido o frescor do mar, olhando as estrelas e depois a chuva que caiu, enquanto você dormia aconchegado no berço. 

E o show foi bárbaro. ‘Canção da América’, ‘Ponta de areia’, ‘Coração de estudante’, ‘Travessia’, ‘Sentinela’, ‘Caçador de mim’, ‘Bola de meia, bola de gude’, ‘Maria Maria’.

Fiquei muito emocionada, sentindo a música me preencher,  e absorvendo toda aquela emoção não cabendo dentro de mim. Você alí, dormindo o sono dos justos e o seu pai ao meu lado, sentado na varanda, num daqueles momentos perfeitos da vida em que dá vontade de congelar  o tempo e registrar na memória e na alma para que nunca se apague e se esvaia.

É filhote, as vezes a realidade é mais linda do que o sonho…

E essa letra vai para você:

 

Caçador de Mim

Milton Nascimento

Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim

 

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