sexta-feira, 16 de abril de 2010

A grande hora se aproxima

DSC_5405 Pois é, o grande momento está chegando.

Sinto que já nos conhecemos.... não fomos formalmente apresentados, mas nossas mãos já estiveram a centímetros uma da outra. Seu pé, então, já reconheço o formato! 

Sinto, em alguns momentos, uma ansiedade pela sua chegada que não tem a ver com receios, não os tenho.

Quero que você chegue logo para te tocar, olhar em seus olhos e trocar sensações com você. E, também, te ensinar. O que? A arrotar, a confiar no papai, a dormir na hora certa, a caminhar, andar de bicicleta, estudar, escolher uma profissão, ufa.....


Mas tudo tem seu momento. À medida que as semanas vão passando, e que as 38 semanas vão se tornando cada vez mais algo parecido com "amanhã cedo", vai se dando em nós a transformação, algo parecido com o que está ocorrendo com você aí dentro, "no canudinho", não é, mamãe?


A diferença é que, no seu caso, a transformação é puramente física: pulmões, rins e demais órgãos e sistemas se fortalecem para a grande viagem.


Aqui fora, apenas sua mãe está se transformando fisicamente, já que o barrigão parece não ter limites. Se bem que o meu anda me assustando também.
Nossa maior transformação, no fundo, tem a ver com uma perspectiva existencial. Lembro-me das palavras do Marcelo Bronzo: "Osmar, a sua razão de ser mudará, suas prioridades serão outras".

Pois é, a paternidade que se avizinha é uma palavra enorme, vai muito além de preparativos e medidas práticas. Já somos pessoas diferentes, mesmo antes de você chegar.

Há poucos dias, confidenciei à sua mãe e à tia Marina que notei que hoje dirijo mais devagar nas estradas, é isso é bom, muito bom! Me sinto bem assim!


Estava caminhando no final da tarde de hoje (uma sexta-feira com um pôr-do-sol maravilhoso no Anel da Serra, o frio já chegando) e pensando: será que terei tempo para estudar com você? Até que idade você estará interessado nesse tipo de cumplicidade? Será que eu não farei papel de tolo, tentando valorizar o meu papel de "senior" (êta, pareço o vovô Maurício falando) ao te explicar algo que não faz o menor sentido para a sua geração? Até que ponto seus gostos e desejos serão influenciados pelos nossos?


Pois é, André, em meio a decisões do tipo "qual adaptação farei na torneira da pia do banheiro para encher sua banheira de água morna", "será que o berço desmontável que ganhamos da Tia Márcia precisa ser esterilizado junto com o carrinho" ou "cadê esse papel de parede que não chega", no fundo, a ansiedade da sua chegada tem a ver também com as nossas projeções sobre como será "viver com e para você".

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Esse espaço, que nós chamamos de Given to Fly, será um ótimo "fórum de discussão" sobre essas e outras questões.


Seja muito, mas muito bem vindo!

Nós, mamãe e eu, precisamos de você! Saiba que nosso papel nesse nosso mundinho já mudou!

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