sábado, 17 de abril de 2010

Da Chapada Diamantina fomos parar no Torres Del Paine

Cerro Torre-2 No post intitulado “Por que Given to fly 2”, de 04 de abril de 2010 (aqui), o papai mencionou que sua paixão atual não é mais andar de moto, mas sim praticar trekking.

Ele menciona dois dos mais marcantes trekkings que fizemos juntos: o Parque Torres Del Paine, na Patagônia Chilena, e a travessia Petrópolis Teresopolis. Vou te contar como essa estória começou.

A vovó Marilia, sempre foi muito ligada à natureza. Tendo passado a infância em uma fazenda em Diamantina, ia a cavalo para a escola e gastava o resto do tempo descobrindo ninhos de passarinhos, cuidando das galinhas e brincando no mato e no rio.

Por sua vez, até eu me casar com seu pai, nunca tinha morado em um apartamento. Passei a infância morando numa casa em Belo Horizonte, na Avenida Getúlio Vargas, onde tinham pitangueiras, manacás, pés de louro, passarinhos, cachorros, gatos e até patos.

Vovô Maurício, com a rigidez de quem foi educado à moda holandesa, nos proibia de assistir televisão durante a semana. Então passávamos a maior parte do tempo brincando nesse grande quintal.

Depois, mudamos para a casa da rua da Bahia, com um quintal menor, mas que ainda assim tinha uma jabuticabeira, um pinheiro e um telhado para onde, de vez em quando, eu gostava de fugir quando queria ficar só.

Sempre que podíamos, passávamos os fins de semana na Chacará de Caeté, um local que para mim parecia uma floresta infinita, cheia de calangos, bichos exóticos e muito mistério.

Quando fiz treze anos, começei a frequentar com a Anna Cristina um grupo de escoteiros. Para mim foi ótimo pois o vovô Maurício não nos deixava dormir na casa de amigas e muito menos viajar, mas com o pessoal do escotismo, eu podia até acampar!!!! Naquela época, começaram duas das minhas maiores paixões que permanecem até hoje: viajar e acampar.

Tudo bem que atualmente não sou tão fã de acampar, mas se eu estiver em uma trilha, em um lugar virgem e intocado, em um trekking com um cenário bonito, abro mão da eletricidade, da água quente e do conforto que a vida moderna nos proporiona para experimentar, mais uma vez, um contato mais próximo com a natureza.

Enquanto escoteira pude viajar de forma barata por Minas e pelo Brasil conhecendo lugares e pessoas incríveis. Para mim o escotismo significava liberdade, que é uma das coisa que mais prezo e preciso.

Quando conheci seu pai e começamos a namorar, eu era uma estudande do primeiro ano do segundo grau e não tinha dinheiro para viajar. Nem por isso deixava de fazer minhas malinhas, ou melhor, minha mochila, sempre que isso era possível. E, acampando, isso quase sempre era possível.

Naquela época, o papai Osmar já trabalhava, tinha carro, gostava de conforto, cama macia, água quente e cerveja gelada. Achava a idéia de acampar muito estranha, até que em 2004 fomos conhecer a Chapada Diamantina e percorremos em 3 dias os 37 km da trilha da Cachoeira da Fumaça por baixo e, em seguida, em quatro dias, os 54 km do Vale do Pati. Dois cenários deslumbrantes.

Mirante do Quebra BundaPronto! Depois disso, ele não conseguiu parar. Hoje, inclusive, é muito mais empolgado com aventuras desse tipo do que eu. E foi na Chapada Diamantina que ouvimos, pela primeira vez, falar do Parque Torres Del Paine.

Seu pai voltou dessa viagem com a idéia fixa de percorrermos, em dez dias, sozinhos, os 125km do circuito mais longo daquele parque intocado e maravilhoso.

Ainda em 2004 pesquisou, juntou mapas, reportagens e providenciou todo o equipamento necessário para essa grande aventura. Fitz Roy

Em janeiro de 2005 partimos com nossas mochilas e barraca nas costas para a Patagônia, rumo a um dos lugares mais impactante, inóspito, remoto, belo e forte que já conhecemos.

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