Lembro-me do sentimento de completude e de paz que senti durante os nove meses em que você esteve aconchegado em minha barriga.
Vivemos também alguns momentos de medo e incerteza causados, principalmente, pela toxoplasmose. Estávamos conscientes dos riscos, mas os sentimentos que predominaram naqueles 9 meses mágicos foram de serenidade, otimismo e alegria, mesmo diante de algumas divergências entre as opiniões dos médicos.
Amparada pelos braços e pelo amor do seu pai, senti-me corajosa para enfrentar o que viesse.
Durante toda a gravidez tomei antibiótico para evitar a contaminação da placenta e, logo que você nasceu, foram prescritos para você quatro antibióticos de uso contínuo.
Nos seus primeiros seis meses de vida você tomava, diariamente, seis remédios e foi acompanhado por uma infectologista e um nefrologista.
Até que, em dezembro do ano passado, apesar da divergência médica persistir, você foi liberado de dois dos antibióticos. Hoje tudo caminha muito bem.
Lembro-me de que, pouco depois que você nasceu, eu andava pela casa e, de vez em quando, assustava-me ao te ver no berço dormindo. Vinha uma sensação de surpresa, de felicidade, e eu pensava estupefata: “então é verdade, temos um filho”.
Essa semana, ao te ver com mais de nove quilos, dois dentinhos, se equilibrando em pé no cercadinho, assustei-me novamente: Como pode?
Outro dia eu e seu pai esperávamos o seu nascimento. Agora você espera a mamãe chegar do trabalho e, de manhã, a mamãe espera você acordar. O seu despertar é doce. Todos os dias, por volta de 7 horas, você começa a conversar baixinho até que vou lá te buscar para brincarmos um pouco e, em seguida, você mamar.
Esses momentos são de uma delicadeza indizível. Você mama me olhando e me apertando, estica os braços para alcançar o meu rosto, olha nos meus olhos, pega no meu queixo e continua mamando com a mão na minha bochecha.
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